sexta-feira, 25 de julho de 2008

Se...


E sigo transparente.

Se alguém é fosco e não consegue olhar nos olhos de alguém pra dizer o que quer, problema de quem é fosco.
Se alguém é blindado e impede passagem de criancices saudáveis, problema de quem é blindado.

Sigo transparente, continuo olhando no olho, e, se não disser nada a quem deve saber das minhas palavras, nunca diria a mais ninguém. Porque esse é o único sentido da transparência. E o único defeito é que todo mundo acha que me conhece, sem saber que não sabe absolutamente nada.

Me divirto assim, acabei crescendo assim.
Transparente, honesta, sincera, mulher de verdade.
Carrego quilos de felicidade nos ombros.

Se minha infantilidade é sinal de que não cresci para os outros, deixo que pensem assim. Eles não fazem idéia de tudo o que fiz pra chegar aqui. Sofri, lutei, tive uma paciência infinita, agüentei até o último segundo. Abri mão de tanta coisa! Amores, amigos, outros sonhos. E tanto que tentei entrar dentro do meu próprio sonho maior, acabei conseguindo, e foi a partir daí que a sorte começou. A fé tinha vindo antes, a sorte (ou a consequência de que meu caminho é esse) começou a vir em ondas que não partem de todo, mas que cessam um instante apenas para se fortificarem. Parte do que vivi foi muita sorte. Mas ela se deriva da minha fé, a minha fé, que veio tarde e tranformou a minha vida em tudo o que eu queria para aquele momento. A minha fé, que se juntou à minha antiga e imútavel meta, e me concedeu tudo. Todos os meus bons pensamentos, todas as minhas esperanças. Tudo, porque não desisti. Continuei seguindo conforme o plano. Tive vontade de mudar, de correr, de sumir. Mas continuei me focando. Se cresci? Isso não faz a mínima diferença. Estão do meu lado pessoas que aturam os meus contratempos, as minhas chatices e que estão do meu lado apenas por gostarem de estar. Assim como estou do lado delas apenas por gostar de estar. Porque quando existe o verdadeiro carinho, as verdadeiras intenções, ninguém tem que cobrar nada de ninguém, porque já está tudo ali. O suficiente existe sem esforço. Se cresci? Isso realmente não importa. Sigo meu caminho, sigo transparente, sigo honesta, sigo correta. Sigo feliz, sigo atrapalhada, sigo do meu jeito. E se isso não agrada alguém, eu dizia quando era criança uma coisa completamente correta: os incomodados que se retirem. Se estou na minha própria vida, sem bagunçar a vida de ninguém, se estou no meu espaço sem prejudicar ninguém, estou no meu próprio mundo e nele só entra quem quiser entrar. Nele só ficam os fortes o suficiente pra entender todos os meus defeitos enormes que sempre tento melhorar e só ficam aqueles que me conhecem, ou se esforçam para conhecer. Se cresci? Prefiro mil vezes a descontração do que a preocupação. Se isso for sinal de infantilidade, não nego que sou infantil. Se cresci? Se mudei? Mudei a minha rota, entrei no sonho que construí quando era pequena, mas não me esforcei pra crescer. Me esforcei pra realizar o que tinha em mente. Não me esforcei pra mudar. Mudei apenas o que tinha que mudar, que é o modo de tratar as pessoas, o modo de como devo respeitar as pessoas, o modo como devo cuidar e amar de quem está sempre do meu lado. Mudei muitos defeitos que afetavam outras vidas que não fossem a minha e o que não consegui mudar já está a caminho da mudança. Se isso é infantilidade, que seja. Não vou crescer para começar a gritar com meu filho por um desastre qualquer. Não vou crescer para criar rugas de preocupações inventadas, porque as minhas preocupações já existem naturalmente. Não vou crescer para me tornar ranzinza, cansada. Não vou crescer para me invejar da felicidade dos que ainda são crianças. Porque eu posso crescer e continuar brincando, correndo, sorrindo. Que eu saiba, felicidade não foi restrita para os pequenos. E se ser feliz me torna uma criança, uma criança serei. Pelo resto dos meus dias.

Se alguém tem alguma objeção a fazer, que faça para mim.
Porque apesar de ser tão criança, tenho firmeza suficiente pra ter uma conversa franca.
Sou mulher suficiente sem me esforçar. Porque prefiro a espontaneidade.
Ser séria, forte, criança, mulher, homem, louca, avulsa, alheia, inerte, sozinha, companhia, amiga, irmã, mãe, pai, tia, avó, namorada, amante, esposa, filha, musicista, preocupada, atriz, pianista, fraca, franca, de verdade, alegre, chorona, durona, molenga, sortuda, fiel. Quando tiver que ser. Se o mundo quer que eu cresça, ao menos sei que sou livre do crescimento convencional. Cresço da forma que devo crescer, sigo a linha de um mundo diferente.

E se o mundo que não é meu quer que eu cresça... deixa ele querendo...
1,73m já é bastante para mim!


Fiquem em paz!
E cresçam em direção à felicidade, para não correr o risco de regredir.

5 comentários:

Joao JIM disse...

vc sabe o que a gente conversou sobre postagens muito grandes... aiuheiuahiaehaie

e é como eu ja disse, vou ser sempre assim
um moleque grande (entenda grande como quiser aiuehiauehiae)

;)

Anônimo disse...

certas pessoas não tem nada na cabeça... o que, no final das contas, é a melhor coisa q pode acontecer com alguém! Há tempos penso que pensar demais só mostra a insuficiência do próprio pensar... e tudo termina em música, pois o desespero do pensamento sempre nos conduz de volta a ela.

Amanda Miranda disse...

Por que não se identifica?
Muito bom o comentário. (:

Joao JIM disse...

atualizar essa birosca né

Claudia Bittencourt disse...

mto bom texto.
mas vc nao tem, vc nao pode ter 1, 73.
eu tenho! ran