quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Acorda!

sai da redoma, sai do ócio, sai do prólogo.
sai do morno e vai se queimar.
sai do líquido e se põe no vapor
sai do sólido e deixa derreter
sai do recitativo e deixa arear


sai daí
sai da toalha e vem pro nu
sai do início e vai. vai!

vem pro tapa, vem pro meio, vem pra onde as luzes se acendem e dançam pelo salão
sai do escuro, mas fica se for com companhia
sai daí!
sai do nada, sai do estorvo, sai do carvão
sai do preto e vai pra tinta, sai do louco e vai pra fita
e enrole-se, enrole-se, enrole-se
até se achar!

sai daí e vem pra cá.
porque aqui tá chato e aí também tá.
eu sei, eu vi.


mas... vou ficando por aqui.
e me apagando, e esquecendo.
e deixando ir - minha escolha já foi feita.







não se pode ter tudo no mundo.
mas posso ter só um pouquinho mais?
e ser só um pouquinho mais?
sentir só aquele brilhinho a mais?
tá bom, tá bom, já entendi.
vou ficando por aqui...

Descobrir-se-á

Já desabafei tanto escrevendo que apaguei tudo.
Ninguém precisa ficar sabendo.
Existem algumas coisas que devem ficar soltas, se perdendo.
No ócio líquido inerte cheio de preguiça.


Descobri muita coisa.
Ao invés de dizer, quero sentir.
E firmar, porque to morrendo de medo.

Morrendo!





Ah, esperança, não apaga dessa vez não.
Seja luz, seja minha luz, seja o que me move.
Seja o que me guia, seja o que me transforma.
Seja o que sou, seja a mim e aos meus.
Seja a minha cela, a minha liberdade, a minha memória.
Seja as minhas lembranças, o meu passado carnívoro.
Seja minha idéia, meu foco, meu universo incompleto.
Seja minha.








Preciso de muita força, porque os dias estão demorando a passar.
E tá doendo.


Muito.