quarta-feira, 9 de julho de 2008

Prólogo


05 de Abril de 2008

22h57

Muito tempo se passou desde que escrevi a última vez. É incrível como os pensamentos vão sendo deixados para trás. Se eu não os registrasse nunca teria sentido o cheiro deles outra vez. Aquele cheiro de madeira envelhecida misturada com laranja e bolinhas de chocolate ao leite. É o cheiro da lembrança, que sinto a necessidade de mostrar e jogar para fora de mim.

Os pensamentos lançam-se na minha mente como se eu fosse uma máquina de idéias loucas. Bom... Talvez seja. Mas a idéia dos fragmentos nasceu de uma vontade imensa de escrever sem ter que seguir uma linha de raciocínio suficientemente segura para se tornar um livro. Muitos dos fragmentos mentais escritos aqui vieram em ocasiões que seria embaraçoso citar. Mas foram pensamentos limpos, frescos, talvez cheios de preconceitos e “olha o jeito como eu fui criada para ter um pensamento desse tipo”, mas honestos e, acredito eu, úteis. Ou não. São apenas opiniões, casos, histórias, teorias certamente furadas e, acreditem, uma mente confusa de uma humana não-adolescente-quase-adulta.

Não quero julgamentos mesmo sabendo que eles existirão. Só quero compartilhar. São apenas pulos e palavras. Apenas formas abstratas de um casaco vermelho preferido que ganhei no meu primeiro natal dividido.

Duas famílias. Foi daí que começou toda a minha vontade por coisas erradas. Pensava que fazer coisas erradas fosse me tornar mais humana. Mas já sou humana demais e os erros acontecem sem ter que provocá-los. Então, erro, com orgulho e esperando os meus fragmentos confusos chegarem prontos para serem postos à prova.

Assim nasceu o meu jeito. Nenhuma linha, apenas a vaga programação de um futuro que ainda está por vir. Afinal, ainda não escrevi todos os fragmentos e não espero que eles acabem tão cedo.

Amanda Miranda

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