sábado, 28 de maio de 2011

Tudo tem uma razão para ser. Que seja.

A última vez que toquei neste blog foi em agosto do ano passado. Por algum motivo, parei de criar. Comecei a fazer outras coisas, andar por outros mundos e me perdi por aí. O bom filho à casa torna, já cito o ditado. Voltei, mas como tudo tem um motivo, aí vai o meu.

Dia vinte e oito de maio de mil novecentos e noventa. Neste dia Cesar Gaviria Trujillo se torna presidente da Colombia e Joseph Hardy, ator e diretor, morre aos 71 anos de idade. Pergunte ao Google, ele dirá que as informações são verídicas, mas nenhum destes fatos mundialmente importantes dizem respeito a mim. A mim não interessa o presidente da Colombia ou o ator mais caquético da época. Não me interessa hoje nem mesmo o casamento real, imagina há 21 anos atrás, se me importaria com política ou atestados de óbito de famosos? Fato é que este dia, se não fosse por ele, eu não teria cinco irmãos. Faltaria em mim uma parte que ainda não é universalmente reconhecida, mas que tem grande valor para mim. Se não fosse por este dia, não saberia jogar rpg online, colocar o destinatário do lado certo da carta ou desviar de um certo sinal de nascença na hora do cafuné.

Se este dia não fosse, teria deixado há muito de dizer "você está diferente hoje!", porque sei que uma frase assim não fortalece nenhum laço. Sei que uma frase assim não mudaria a vida de ninguém. Sei que uma frase assim não causa o maior efeito em pessoas normais. Mas porque este dia existiu, essa frase fez efeito, fortaleceu um laço antes muito leve e mudou a minha vida.

Dias mórbidos se transformaram em provocações sem fim, ódio eterno e um amor que ninguém imaginaria acontecendo. São... tantos anos de amizade, conhecimento, reconhecimento que perdi as contas, confesso. Mas aqui estou me redimindo e dando graças a Deus que todo ano tenha o dia vinte e oito de maio. Meu irmão mais novo, nada de ligação sangüínea, estamos mais ligados pelo suor de cada dia, faz aniversário hoje e eu estou a mais de novecentos quilômetros de distância dele. Nada mais justo que ressuscitar um aspecto em comum que costumávamos partilhar nos dias de mais inspiração.

Não fosse este dia, eu já teria me perdido por algum lugar sombrio de Las Vegas ou pelos alpes gelados de algum país nórdico por aí.

Só tenho a agradecer, no fim de tudo. Estamos começando, meu irmão. Duas vidas a passos de formiga, crescendo, amadurecendo, fazendo os sonhos mais tangíveis a cada dia que passa. E eu tenho muito orgulho disso.

Aqui é pequeno, mas tem um cantinho para você.
Mi casa, su casa.


E nada de morrer antes dos 100 anos, ouviu bem? Porque ainda que eu falasse a língua dos homens, que falasse a língua dos anjos, sem o SEU amor... eu nada seria.

Obrigada por mais um ano na sua vida.


Com muito carinho,

Amanda.