domingo, 19 de fevereiro de 2012

Tudo cinza.

Talvez eu não esteja em mim agora, mas é domingo, preciso escrever. Domingo, quatro e quarenta e três da manhã e eu ainda não dormi. Sinto como se minhas roupas não existissem, numa verdade nua e crua. Eu vivo agora e não me importo com o que virá. O agora é que importa, as conseqüências serão boas se os atos forem bons também.

Penso assim, meio simples, meio caipira, às vezes um tanto gourmet. Ainda estou tossindo muito forte, de vez em quando acho que minha doença nunca vai passar. Seja lá qual for, os médicos não sabem se decidir se é refluxo, alergia ou tuberculose. Claro que não tuberculose, o drama faz parte da situação.

Quero falar de cuidado! O toque que passa primeiro pelo rosto, de olhos claros, os cabelos desgrenhados, o suor, que passa logo pelas costas, um brinde ao amor sem álcool, apenas no olhar e neste toque. Que passa pelo corpo com cuidado, que olha com cuidado, que assopra com carinho e sorri como se tudo fosse um sonho.

Nunca se sabe quanto vai durar esse momento. Fica eterno em mim, sempre, para sempre. De um jeito impossível de esquecer, fica marcado, como o pulo na piscina gelada de madrugada, de todas as vezes em que decidi enlouquecer momentaneamente. Talvez seja louca mesmo para sempre sem querer. E não escondo que mesmo que por um momento possa ser amor. Tudo com cuidado, as luzes apagadas, respiração. É amor, sim, porque não.

O tempo faz tudo tão direitinho, adoro a sensação de viver tudo que tenho pra viver. Uma dose de tequila e meu mundo começa a rodar, José... E agora? Estou feliz de sentir que não me importo! Estou feliz agora. Vivi a minha vida agora e não desperdicei um momento sequer. Fiz o que quis sem medo, sem receio, e de roupas de baixo pela madrugada gelada na piscina.

Minha cama quentinha, meu edredon, são as únicas coisas que me esperam agora, tenho certeza. Depois de viver um sonho que me estampa um sorriso pro resto da vida, não preciso de mais nada. E foi uma dose de tequila só.

Ainda tusso, de euforia, talvez. Uma garrafa d'água de um litro e meio me acompanha todos os dias, renovada todos os dias com água do filtro de barro. Leio, estudo e espero a vida acontecer pra mim. Só tenho a agradecer por ela vir tão linda, tão intensa, tão perfeita pra mim.

Perfeito mais ainda seria o céu se um galo cantasse desafinado debaixo da minha janela e uma grama verdinha cheia de orvalho fosse meu quintal. Ou talvez diferença nenhuma faria, o amor chegou em mim e pode ir embora se quiser. A eternidade ficou plantada na minha alma, e daqui só nasce o que for bom.

Incrível, incrível. Às vezes me sinto tão pronta pra partir... mas ainda tenho uma missão, acho. Tenho que descobrir e é tão bom filosofar ao vento, escrever sobre a minha falta de tormento e virar poeta sem sofrer. Quem diria, não sofro mais. Sinto por quem duvida tão firme que fico me remoendo pelo meu passado, lindo, passado, ficou para trás. Eterno também, mas lindo e sem motivos pra me derrubar.

Eu estarei para sempre em ascensão.
Atenta ao furacão de cores que me assola todos os dias sem nunca parar.

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