segunda-feira, 14 de junho de 2010

Fail.

"Another hero.
Another mindless crime behind the curtain...
in the pantomime.

On and on
Does anybody know what we are living for?

Whatever happens
We live it all to chance
Another heartache
Another failed romance

On and on
Does anybody know what we are living for?

Outside, the dawn is breaking on the stage
That holds our final destiny.

Inside, my heart is breaking
My makeup may be flaking
But my smile still stays on

The show must go on."


Somos criaturas do submundo, já foi dito uma vez. Não podemos nos dar o luxo de amar. Não aqui, não agora. Porque o show continua e o mundo, meu mundo, gira sem perdão. E como criaturas do submundo, faremos jus à escuridão. Não foi a fumaça ou as cores sobre a mesa de bilhar. Não foi o álcool no copo de plástico ou a azeitona antes. Antes, depois, não importa. Não foi agora. Não foi o som das guitarras ou a imitação falha do cantor no palco. Não foi a interpretação. Não foram as cordas. Não me pergunte o que foi. Sei só do que não aconteceu. E me enxi de saudade.

Não foi o esconderijo... senti que o portal me fazia invisível.

Não foi o francês, não foram as correspondências. Não havia correspondente. Pés descalços, derrotas, ois ou boas noites. Perguntas, respostas, beijos ou léguas.


Não houve nada.

Nada aconteceu. E nada, o meu nada, já é alguma coisa.


Posso perder meu tempo dizendo o que não foi, ou não preciso perder. O que lê vai se perguntar pro resto da vida o que teria sido. Sinto, apenas, não sei dizer.

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Ontem tive um sonho. Era tudo aveludado com um leve cheiro de essência de pêra. Havia um tecido macio e cheio recostando minha cabeça caída, a maquiagem desfeita, o rosto molhado. A fumaça era escura e confortável. Não lembro o que vestia, ou se vestia nada.

Meus dentes tremendo de frio me fizeram despertar lembrando do que nunca sequer chegou a se mexer. Imóvel, abaixo do lençol fino, tentei encontrar o cobertor com a memória. Onde ele estaria pra me aquecer, e logo caí em outro sonho. Mais denso, mais escuro.


- O pulo! - Alguém gritou pra mim.

- Não é preciso pular, quando voar é uma opção.

E me larguei do prédio, sem asas. Sem nada. Ao invés de cair, subi rápido, alto e completamente cega. Só o que ouvia eram os strings de algum teclado bem distante a se afastar de mim,até o silêncio me tomar e me fazer desaparecer sob as nuvens no dia cinza de inverno em direção ao Sol.

Um comentário:

Janny disse...

O seu vôo vai ser leve.. Beeem leve! Você merece de um descanso, como esse, não como o sonho oscuro que tiveste, mas o de voar. Pois você merece e mais uma vez digo, você voará bem leve... Como uma leve brisa! ;*