quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

L.

É só o que sai de mim.
É só o que sai de mim.
É só o que sai de mim.

E o tempo começa se descascando.
Aos poucos ficando cego.
E tudo são flores, quentes, murchas, marrons.

A mão coça pra percorrer o teclado rapidamente.
A cabeça pena nos pensamentos-esperança-vã.
Porque continuo a esperar, continuo a me decepcionar.
Dia após dia. Minuto após minuto. Palavra após sentença.

E a pele começa se desgastando.
Aos poucos ficando lerda.
E tudo são folhas, frias, duras, barulhão.

O pé chuta pra permanecer livre do que é dormente.
A barriga grita no bolo-alimentar-exagerado.
Porque continuo a agitar, continuo a rebocar.
Lágrima após lágrima. Fala após piscadela. Luz após fogo.

E a mente começa se debulhando.
Aos poucos ficando flácida.
E tudo são descasos, chatos, tolos, turbilhão.

O cotovelo fere a tábua pra provar que no corpo é existente.
As costas revelam sentidos fantásticos do que pode ser uma cosquinha de mosquito.
Porque continuo a levantar, continuo a aceitar.
Mentira após texto. Xingamento após carinho. Receita após comida.

E o rosto começa se achatando.
Aos poucos ficando inerte.
E tudo são ares, fantasmas, inexistências, desistências, convivência, paciência, penitência, pertinência, macilenta conveniência.







Amor.

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