Deixaria tudo passar em branco.
Deixaria o tudo se afastar do nada devagar... bem devagar.
E isso foi há pouco. Muito pouco.
A incrível mudança de um segundo pro outro me trouxe pesar, sonolência, dor. Me trouxe acima de tudo o cansaço interminável. Os correios estão de greve e, de greve, estão as correspondências. De greve, ficou a fome da criança.
Deixaria o tudo se afastar do nada devagar... bem devagar.
E isso foi há pouco. Muito pouco.
A incrível mudança de um segundo pro outro me trouxe pesar, sonolência, dor. Me trouxe acima de tudo o cansaço interminável. Os correios estão de greve e, de greve, estão as correspondências. De greve, ficou a fome da criança.
De greve, ficou a minha paciência e toda a doçura, o carinho.
De greve ficou a minha sanidade. De greve ficou o respeito.
DE GREVE ficou a tolice, a tolerância e tudo o que ainda me mantinha equilibrada no meio da relação mais [des]equilibrada que podia ter. [Des]equilibrada, porque não sei se é certo assim, se é bom assim, se me satisfaz assim. De greve ficou meu entendimento, mas este já se tinha ido há muito. De greve estão os meus olhos, por não poderem enxergar beleza alguma. De greve está a compreensão, a sensibilidade, paixão, razão, encanto, sensualidade, livro aberto, pensamento. Luz, claridade, reflexão, paz. De greve ficou a minha paz sem o meu consentimento. Mas que de greve esteja. O meu caos interior [exterior] me espera na porta para perguntar se estou bem. Estaria, se o equilíbrio da surpresa se mantivesse. Não existe surpresa... não existe mais nada. Existiria por mim, mas nada cresce aqui dentro se não for regado. Cresceria, se a tolice não tivesse entrado de greve, mas ela também se foi. O que cresce só cresce se é permitido. Eu permito que cresça apenas o que é regado. E tudo porque não ouço, não adivinho, não entendo. Tudo porque não ouço, tudo porque não ouço. Tudo porque não ouço.
Tudo porque não falo. Não falo, mas permaneço.
Permaneço esperando ouvir.
Se não ouço, não há motivo para permanência alguma.
Se não há motivo, por que ficar?
Não enxergo.
Não ouço.
Repetindo, eu sei.
Mas não enxergo, não ouço!
Por que ficar?
Fiquei a procura de um motivo, mas ele nunca chegou.
Ele nunca chegou...
Ele nunca chegou...
Apenas relembrando o tudo e nada. Deixaria que fosse devagar, mas não ouvi motivo. Não enxerguei motivo. Apenas senti o motivo, mas o sentir só é inválido. Vai ser rápido, nem vai doer, prometo.
Não fico.
Não mais.
Amanda Miranda
2 comentários:
É mana. Já falei o que tinha que ser dito. Mas não falei o quanto você tá escrevendo bem. =)
te amo.
sempre.
I a torre negra? ^^
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