O dia que passou sendo quase hoje precisa ser marcado.
Pronto, marquei.
.
Senta aqui do lado, pega a coberta e toma um chocolate quente. Espera o dia amanhecer, a água esquentar, o sol ficar alaranjado. Descobre um pensamento, desdobra o travesseiro, agarra o melhor momento. Enxuga o chão molhado, veste roupa seca, bebe suco de pêssego. Apóia o pé na cama, espreguiça em cima da almofada, abraça sem ter nem razão. Desliga esse carro, deixa a criança sorrir, ignora o chefe chato. Descansa sobre penas, esquece as meias aí deitadas no chão mesmo. Sente o cheiro do ventilador, da luz apagada, do sono chegando. Joga água no rosto, escova os dentes, descarrega as energias até sobrar nada. Um absoluto som de nada.
Pousa na comida, lambe os lábios, chama o frio.
Mas que o lado seja meu, que a coberta seja laranja, que o chocolate seja ao leite. Que o dia seja quente, a água gelada e o sol amarelo. Que o pensamento me cubra de silêncio, que o travesseiro seja perto do outro, que o melhor momento seja de olhos fechados. Que o chão molhado seja limpo, que a roupa seca seja antiga, que o suco de pêssego seja roxo. Que o pé seja achatado, a almofada lisa, o abraço puro. O carro lento, a criança pequena, o chefe azul. Que as penas sejam de pássaros, as meias grossas. O ventilador de teto, a luz pálida, o sono forte. Que o rosto acenda os olhos, que os desacelera.
E que o peso vá para o cérebro.
Amanda Miranda
Pronto, marquei.
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Senta aqui do lado, pega a coberta e toma um chocolate quente. Espera o dia amanhecer, a água esquentar, o sol ficar alaranjado. Descobre um pensamento, desdobra o travesseiro, agarra o melhor momento. Enxuga o chão molhado, veste roupa seca, bebe suco de pêssego. Apóia o pé na cama, espreguiça em cima da almofada, abraça sem ter nem razão. Desliga esse carro, deixa a criança sorrir, ignora o chefe chato. Descansa sobre penas, esquece as meias aí deitadas no chão mesmo. Sente o cheiro do ventilador, da luz apagada, do sono chegando. Joga água no rosto, escova os dentes, descarrega as energias até sobrar nada. Um absoluto som de nada.
Pousa na comida, lambe os lábios, chama o frio.
Mas que o lado seja meu, que a coberta seja laranja, que o chocolate seja ao leite. Que o dia seja quente, a água gelada e o sol amarelo. Que o pensamento me cubra de silêncio, que o travesseiro seja perto do outro, que o melhor momento seja de olhos fechados. Que o chão molhado seja limpo, que a roupa seca seja antiga, que o suco de pêssego seja roxo. Que o pé seja achatado, a almofada lisa, o abraço puro. O carro lento, a criança pequena, o chefe azul. Que as penas sejam de pássaros, as meias grossas. O ventilador de teto, a luz pálida, o sono forte. Que o rosto acenda os olhos, que os desacelera.
E que o peso vá para o cérebro.
Amanda Miranda
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