Segue, que esse dia passa sem que se perceba. Eu quase acho graça.
Vejo teu sorriso me guiar na estrada pela ventania, última pousada.
Viajante só.
Segue, que a tua palavra já foi quase ouvida e quem caminhava alcançou o dia, se tornou celeste, se perdeu por nuvens, se deitou na areia e adormeceu.
- Oswaldo Montenegro
Segue, meu amor. Um coração entre a arte, a vida e o amor. Uma alma entre o dinheiro, a firmeza e a calma. Um pensamento entre o mundo, o mar e a raiz. Segue, meu anjo. Os empurrões verbais sinto no físico, pernas, pulso, carne. Não quero deitar na areia ainda, mesmo sem medo de morrer. Não tenho medo de morrer. Quero o abraço quente, as mãos quentes, o carinho demorado.
Segue, vidinha... Quase parando, ingrata. Falta o sorriso, sempre falta alguma coisa. Que merda, que grande merda. Segue, com todos os palavrões. Incansável, já cansei. Irremediável, mesmo. O desespero bateu como há muito tempo não batia. O amor bateu como há muito tempo não vinha, sem solidão dessa vez, mas longe, tão longe. Dou chance ao destino...
Com o coração na garganta, apertado pela luta infinita, não quero mais ficar. Não quero mais ser pela metade. Não quero mais metades. Quero amor, abrigo, um abraço longo, infinito com minhas lutas. A sorte da tranquilidade, eu não sei voar. Não sei se quero aprender.
Hoje vou rezar até o joelho doer. Até o sangue acabar. E vou seguir. Ainda não sei pra onde vou e nem sei se um dia vou saber. Mas sigo nesse infinito sem nexo perplexa de como o objetivo é difícil de atingir.
Pelo jeito, ficar é solidão. Ir embora é trabalhar de outro jeito. E agora?
Eu quero ser feliz agora.
Eu quero ser feliz agora.