Esses meses passarão rápido por você. Já dizia o poeta... eu passarinho. Devagar como a lesma que deixa rastros brilhantes, lento como a mula cansada, como eu cansada, passarinho.
Eu nunca soube o que faria comigo mesma. Agora sei. Né. Já não era sem tempo saber. Mas agora eu quero saber o que fazer com você, porque essa sempre foi a minha certeza. Guardar você. Agora se eu taco fogo nisso ou se jogo tudo para o ar, ainda não sei.
Aliás, não saber é o que eu mais sei dizer. Engraçado como a vida é engraçada. E na idiotice das minhas reflexões sempre de mesmo cunho sentimental e meloso, me sinto viva.
Pelo menos já sei usar aquele olhar de novo. Aquele olhar que era só seu, bom, já não é mais. Aquele lugar que era só seu escorregou pro canto. Tudo muda de lugar quando resolvo dar uma chance a mim mesma.
Só sei falar desses assuntos de amor também. Me sinto a Adele da literatura barata, a Whitney Houston do desespero humano, a Maria Callas do conformismo solitário. Coco era o nome da lombriga de Callas. Acho que sou Coco, a lombriga. A lombriga de mim mesma. Me consumo, sou o hospedeiro de mim. E, merda, vou! E dou risada de ir! Dá um livro: VOU. Ou como Augusto dos Anjos e seu sangue: EU.
Hoje cansei, terminei e resolvi acordar.
E continuo indo. Uma hora chego lá.
Cansado de chorar pelas estradas.Exausto de pisar mágoas pisadas.Hoje eu carrego a cruz das minhas dores.
- Augusto dos Anjos
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