Você não entendeu quando eu disse não. Não respeitou quando eu disse não quero e fingiu não ouvir quando disse que não vou. Você deixou palavras passarem de um ouvido para o outro e depois deixou ainda que elas saíssem passeando com o vento como apenas os seus sonhos fossem a realidade irrefutável do que eu sentia. Você não quis saber. Pegou pra você o que era meu de direito, a escolha, e eu disse não e você ouviu um sim. Eu disse não quero, você percebeu eu te amo. Eu disse não vou, você entendeu vamos para sempre juntos de mãos dadas. Não consegui ser clara?
Eu sou uma alma livre, solitária, agridoce e feliz. Isso você não entendeu. Solitária e feliz. Sou intensa e forte, agressiva até a morte, com o foco de poder na simplicidade humilde de simplesmente passar sem querer incomodar. Eu quero estar assim. E a parte de que isso não vai mudar, você ainda pisoteou. E não quero mesmo, falo pouco quando de passagem, sorrio muito quando decido ficar mais um pouco, minha vida não deve pesar para ninguém e se para você não pesa mesmo quando eu decido pesar, isso não significa que eu vou te amar. Eu não te amo, meu bem e pare de se iludir. São os seus sonhos e os seus quereres, muito distintos dos meus. Eu não quero ao meu lado um corpo para amaciar. Eu não quero e a quantidade de eus indica a quem realmente interessa. Eu não me interesso e você, ah, não se incomode em me conquistar. Deve se incomodar em seguir em frente e partir para outras alvoradas, porque você já me perdeu antes de me ter. Se é que se pode ter alguém. Não, não pode. Pelo menos não a mim.
Não se incomode em me acompanhar até o carro ou me vigiar a noite inteira de cara fechada, rasgada. Não se incomode em me levar até em casa, não se incomode em gostar de mim todo dia um pouco mais. Não se incomode em gastar suas energias comigo ou seus sonhos com casos perdidos de infinitos nãos. Meu não é para sempre e se os seus sonhos também são, meu bem, não queria estar na sua pele.
Aprendi a seguir. Aprende também. Melhor pra você e melhor para mim. Sou indomável, incolor e nada, ninguém, pode me controlar quando eu quiser que meu mundo vá até o fim. Eu sou expansão e não caibo em gaiolas de palha ou ouro. Eu sou asas abertas em pleno vôo, quando você ainda pensa em me transformar em pipas, papagaios mimados ou pombos de jardim. Meu bem.... eu não sou assim.
E tudo o que você conseguiu me provar até agora, querendo o contrário, foi que não me entende, não me conhece e sonha mais do que se importa em realizar. Eu não deixei você entrar na minha vida. Você invadiu sem perguntar, e eu não gostei, mas não gostei mesmo. Quis saber demais, procurar demais, falar demais. Pode sair agora. Os meus sonhos são incompatíveis com os seus. Minha índole incompatível com a sua. Meu amor... não é pra você. E se não posso ser mais clara ou mais ignorada, mais ignorante ou mais rude ou mais metida ou mais sincera, eu escrevo e deixo o mundo saber que o escolhido não é você. Não escolhi ninguém ainda, mas não é você. Um doloroso caso de aceitação. Simples e doída. A vida é assim, mesmo que não tão simples às vezes. Mas a recusa dói, por isso fantasiamos. Acorda, pelo seu bem. Acorda, abre a cortina do quarto e deixa o sol cegar seus olhos. O seu destino... não sou eu.
E se me importo em dizer não, é óbvia ainda me importo com você. A sinceridade pura muitas vezes é tida como um sinal de educação falha, mas é a porta que te guia ao próximo passo. Te prender nesse vazio seria mais cruel que tentar te provar a existência do Papai Noel e seus duendes. Ah, meu bem, segue em frente.
Com carinho, com pesar e de todo o meu coração, te apresento a realidade.
Basta acreditar.
Basta acreditar.
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