Boa tarde, desemprego.
Vontade de encher de qualquer jeito as malas que nunca usei com minhas tralhas, colocá-las dentro do carro e voltar para casa. Percorrer os mais de 1000 km até achar uma solução. Até passar.
Agora posso usar esmaltes de qualquer cor e pintar meu cabelo. Posso correr no Ibirapuera a hora que quiser e fazer circo, aula de canto, aula de dança. E tudo isso era mesmo o que eu queria antes de me apaixonar pelo meu trabalho. Me apaixonei por aquele teatro, por aquelas pessoas, pelos espetáculos e pelas inúmeras horas de ensaio, enfurnada, tomando bronca, aprendendo, crescendo. Crescendo. E gostaria de ter que continuar abrindo mão das minhas horas de menina para ser uma mulher no palco. Gostaria que o sonho tivesse continuado, um sonho de dezessete pessoas que ficaram sem chão de um dia para o outro. Abriria mão de andar sempre arrumada para poder continuar sendo valorizada, sem maquiagem, sem unhas feitas, como era naquele lugar.
Perdi de novo.
Poucos meses foram o suficiente para que o mundo que eu conhecia sofresse uma reviravolta. Para melhor... e agora parece que tenho que colocar meus pés nas minhas próprias pegadas e voltar. E fazer o caminho de volta. E... bom. Não sei mais o que é melhor para mim.
É recente. Ontem tinha um emprego bacana, chefes inigualáveis, um palco todos os dias. Hoje me sobraram mais espaços para preencher...
Como todos os outros dias, continuo sem saber pra onde. A diferença é que hoje também não sei como. E como todos os outros dias, eu vou.
Vamos ver no que vai dar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário